Álcool deixa sua marca no DNA dos jovens

20/01/2014 07:54

DNA e bebedeira não combinam

Um estudo iniciado no México com a colaboração de estudantes universitários analisaram o efeito do consumo de álcool em finais de semana sobre os lipídeos que compõem a membrana celular e seu material genético, i.e. DNA. Até agora, os danos ao empacotamento do material nuclear nos estágios iniciais do abuso de alcool nunca tinham sido documentados, talvez por causa de que a maioria dos estudos terem sido feitos em estágios mais tardios, com pessoas que haviam consumido álcool de modo abusivo por muitos anos. Os resultados foram publicados no jornal científico Alcohol.
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Cientistas descobrem gene da ‘bebedeira’

05/12/2012 09:24

O gene, conhecido como RASGRF-2, eleva o nível de substâncias químicas presentes no cérebro associadas à sensação de felicidade e acionadas com a ingestão de bebidas alcoólicas, informou a revista científica PNAS.

A equipe de pesquisadores, formada por especialistas da Universidade King’s College, de Londres, descobriu que animais que não possuíam a variação do gene tinham menos “desejo” por álcool do que aqueles que apresentavam tal alteração.

O estudo também analisou exames de ressonância magnética dos cérebros de 663 adolescentes do sexo masculino.

O mapeamento revelou que em portadores da versão do gene associada à “bebedeira”, todos com 14 anos de idade, havia uma atividade maior em uma parte do cérebro chamada estriado ventral, conhecida por liberar dopamina, substância associada à sensação de prazer.

Quando os pesquisadores questionaram os adolescentes sobre seus hábitos de consumo de álcool dois anos depois, descobriram que aqueles que tinham a variação do gene RASGRF-2 bebiam mais frequentemente.

Contudo, o responsável pelo estudo, Gunter Schumann, explicou que ainda não há provas contundentes de que o gene, sozinho, provocaria a compulsão alcoólica, uma vez que outros fatores ambientais e genéticos também estão envolvidos.

Ele ressaltou, por outro lado, que a descoberta é importante porque joga luz sobre os motivos pelos quais algumas pessoas tendem a ser mais vulneráveis ao álcool do que outras.

“Nosso estudo indica que talvez este gene regule a sensação de bem estar que o álcool oferece para determinados indivíduos”, explicou.

“As pessoas buscam situações que provoquem tal sensação de ‘recompensa’ e deixem-nas felizes. Portanto, se o seu cérebro for condicionado a atingir tal estágio por meio do álcool, é provável que sempre procure essa estratégia afim de alcançar tal meta”.

“Agora nós entendemos a cadeia da ação: como os genes moldam a função em nossos cérebros e como que, em contrapartida, isso afeta o comportamento humano”.

“Nós descobrimos que o gene RASGRF-2 tem um papel crucial em controlar como o álcool estimula o cérebro a liberar dopamina e, em seguida, ativa a sensação de recompensa”.

“Portanto, para as pessoas que têm a variação genética do gene RASGRF-2, o álcool lhes proporciona uma maior sensação de recompensa, levando-as a se tornar beberrões”.

Schumann reiterou, entretanto, que mais provas são necessárias para comprovar sua teoria. Ele alertou que o estudo analisou apenas adolescentes do sexo masculino e de uma determinada idade, o que dificultaria estabelecer tendências de consumo de bebidas alcoólicas ao longo prazo.

Ele disse que, no futuro, pode ser possível realizar testes genéticos para ajudar a prever quais pessoas estão mais propensas ao consumo excessivo de álcool.

As descobertas também abririam caminho a novas drogas que bloqueiam o efeito de recompensa que algumas pessoas têm após ingerir bebida alcoólica.

Por outro lado, Dominique Florin, da entidade britânica Medical Council on Alcohol, faz um alerta.

“É provável que haja um componente genético relacionado ao consumo exagerado de álcool, mas isso não quer dizer que se você tiver o gene, você não pode beber, enquanto se você não o tiver, você pode beber o quanto quiser”.

 

Fonte: BBC Brasil

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LSD pode ajudar alcoólatras a parar de beber, dizem cientistas

18/03/2012 14:58

Uma única dose da droga alucinógena LSD poderia ajudar alcoólatras a parar de beber, segundo uma análise de pesquisas realizadas nos anos 60.

O estudo, publicado no Journal of Psychopharmacology, utilizou informações de seis experimentos envolvendo mais de 500 pacientes e concluiu que a droga teve um “efeito benéfico significativo” contra o abuso de álcool, que durou por vários meses depois que a substância foi utilizada. O LSD é uma das drogas alucinógenas mais fortes já identificadas, que aparentemente bloqueia uma substância química no cérebro, a serotonina, que controla funções como percepção, comportamento, fome e humor. Pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia analisaram estudos sobre a droga realizados entre 1966 e 1970. Todos os pacientes participavam de tratamentos contra o alcoolismo, mas alguns receberam uma única dose de LSD de entre 210 e 800 microgramas. No grupo de pacientes que usou a droga, 59% mostraram uma queda no consumo de bebidas alcoólicas em comparação com 38% no outro grupo.

Efeito duradouro

O efeito se manteve por seis meses após o consumo do alucinógeno, mas desapareceu após um ano. Aqueles que tomaram o LSD também apresentaram níveis mais altos de abstinência de álcool. Os autores do estudo, Teri Krebs e Pal-Orjan Johansen, concluíram, então, que o LSD tem um efeito benéfico importante no combate ao alcoolismo e disseram que doses mais frequentes podem ter um efeito mais permanente. “De acordo com as provas sobre o efeito benéfico fo LSD contra o alcoolismo, é difícil entender por que esta abordagem de tratamento foi amplamente ignorada”, eles afirmaram. Outros especialistas elogiaram o estudo, entre eles David Nutt, que já foi conselheiro do governo britânico sobre drogas e que defende um relaxamento das leis sobre drogas ilegais para permitir a realização de mais pesquisas.

“Curar a dependência de álcool requer enormes mudanças na maneira como você se vê. É isso que o LSD faz. É um efeito muito forte. É difícil encontrar algo com resultados tão bons. Provavelmente, não há nada melhor (para tratar alcoolismo)”, diz ele.

Fonte: BBC Brasil

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