Extrato de soja e cogumelos shitake no combate ao câncer de próstata metastático.

20/02/2013 18:37

Um produto natural chamado polissacarídeo combinado com genisteína, ou GCP, que está disponível no mercado em farmácias e lojas de produtos naturais, pode ajudar a aumentar a expectativa de vida de certos pacientes com câncer de próstata, afirmam pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis (UCDavis, CA).

Homens com câncer de próstata que se espalhou para outras partes do corpo, conhecido como câncer metastático, e que utilizam medicação para baixar a testosterona, são os mais indicados para se beneficiarem. O estudo, recentemente publicado no jornal Endocrine-Related Câncer, foi realizado em células cancerosas e em camundongos.

Abaixar os níveis sanguíneos de testosterona, também conhecido como terapia de privação de testosterona, é há muito tempo o padrão para o tratamento de paciente com câncer de próstata metastático, mas a expectativa de vida varia muito para aqueles que se submetem a esse tratamento.

Estes achados sugerem que a terapia com GCP é uma forma de estender a expectativa de vida de pacientes com baixa resposta à terapêutica de privação de testosterona.

A pesquisa focou no GCP, um extrato patenteado de soja e cogumelos shitake e comercializado pela Amino-Up (Sapporo, Japão). Os pesquisadores viram que a combinação dos compostos genisteína e daidzeína, os dois presentes no GCP, ajuda a bloquear um mecanismo chave usado pela célula do câncer de próstata para sobreviver durante a privação de testosterona.

Os pesquisadores tinham mostrado antes que quando os níveis de testosterona do paciente baixam, as células cancerosas da próstata eliminam uma proteína chamada filamina A, que normalmente está liga o receptor de androgênio no núcleo da célula. O receptor de androgênio regula o crescimento das células do câncer de próstata. Quando a filamina A deixa o núcleo das células cancerosas, ela não mais precisa do androgênio para sobreviver. Assim, a perda da filamina A permite que essas células sobrevivam à privação androgênica, e o câncer se torna incurável.

O tratamento com GCP mantém a filamina no núcleo da célula e, enquanto ela estiver ligada ao receptor de testosterona, a célula precisará deste hormônio para sobreviver e crescer. Assim, elas morrem quando o organismo é mantido com baixos níveis de testosterona e isso prolonga a vida do paciente. A hipótese da equipe é que os pacientes com câncer metastático de próstata com a resposta mais fraca ao tratamento de privação de androgênio, poderiam receber o GCP juntamente com este tratamento padrão, aumentando assim sua eficácia. A equipe está agora arranjando fundos para iniciar o primeiro teste clinico. Uma vez que o GCP é um produto natural e não uma droga sintética, esse estudo requer menos burocracia para sua aprovação. “ Nos devemos saber dentro dos primeiros 8 meses, mais ou menos, com o teste em humanos, se o GCP funciona para diminuir os níveis de PSA, “ afirmam os pesquisadores. O PSA é um marcador sanguíneo que indica a presença de câncer de próstata. Um exame de sangue com altos níveis de PSA indica a presença de câncer na próstata. “Nós queremos ver até 75% dos pacientes com câncer de próstata apresentarem níveis de PSA diminuídos, e o GCP promete fazer isso.”

Fonte eurekalert.com
Tags: CâncerFitofármacoMetástasePróstataShitakeSoja

‘Superantibiótico’ em sangue de pandas

04/01/2013 23:03

Segundo os especialistas, a substância encontrada na corrente sanguínea desses mamíferos poderia ser a base para a criação de uma nova geração de medicamentos antibacterianos.

Ao analisar o DNA do panda, os pesquisadores encontraram o composto, denominado cathelicidin-AM, que “revelou uma atividade potencial antimicrobiana contra um amplo espectro de micro-organismos, incluindo bactérias e fungos, tanto em suas versões comuns como nas variantes resistentes aos medicamentos”, disse o médico Xiuwen Yan, responsável pelo estudo.

O cathelicidin-AM é liberado pelo sistema imunológico desse tipo de urso em estado selvagem, especialmente para protegê-los de infecções.

Preservação

Os pandas gigantes estiveram à beira da extinção e hoje existem em torno de 1,6 mil exemplares nas florestas.

Yan, entretanto, descartou os temores de que, com a descoberta, possa haver uma caça maciça aos animais.

Ele explica que sua equipe de cientistas conseguiu sintetizar artificialmente o composto químico em laboratório, por meio da decodificação dos genes e, assim, produzindo uma molécula conhecida como peptídeo.

A ideia agora é desenvolver a substância como um novo remédio contra superbactérias ou como antisséptico para limpar superfícies e utensílios.

Os cientistas, entretanto, acreditam que ainda haja outros compostos a serem descobertos no genoma dos pandas.

Após a destruição dos bosques de bambu na China e no Sudeste Asiático, habitat natural desses animais, o número de ursos diminuiu consideravelmente.

Apesar de grandes somas de dinheiro investidas em projetos de preservação, houve pouco progresso nos últimos anos.

Segundo especialistas, os pandas dificilmente se reproduzem em cativeiro, além de apresentar um comportamento individual, o que dificulta a conservação da espécie.

Tags: AntibióticoInfecção

Esperança na cura do mieloma múltiplo em novos agentes derivados da talidomida | Pílulas de Saber – Hora

03/01/2013 11:11

O Mieloma Múltiplo (MM) é um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea, devido ao crescimento descontrolado de células plasmáticas, ou plasmócitos. Embora seja mais comum em pacientes idosos, há cada vez mais jovens desenvolvendo a doença.

Os plasmócitos, embora sejam importantes para a produção de anticorpos, quando em número aumentado no MM, causam degeneração óssea progressiva semelhante a uma osteoporose severa. Isso causa muita dor e fraturas espontâneas, que são os primeiros sintomas que aparecem. A talidomida vem sendo usada desde 2006 para o tratamento dessa doença.

Vencendo preconceitos

Lançada em 1957 como remédio para dormir e controlar o enjoo matinal em gestantes, a talidomida foi retirada do mercado em 1962, após ser responsabilizada por uma série de casos de má-formação fetal. Como qualquer fármaco imunomodulador, essas drogas não podem ser utilizadas em mulheres grávidas. No entanto, logo surgiram evidências de que seria útil em outros tipos de doenças inflamatórias e até no câncer.

Desde 1965, a talidomida vem sendo usada na lepra e, mais recentemente, mostrou ser muito eficaz no tratamento do MM. Novas drogas semelhantes à talidomida, como a lenalidomida e a pomalidomida, são alternativas importantes quando o paciente não tolera bem a talidomida, porém, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não liberou a lenalidomida para uso no Brasil.

Testes em animais

A tragédia com a talidomida ajudou a reforçar os protocolos de segurança no desenvolvimento de novos medicamentos, aumentando muito a importância dos testes em animais, antes do uso em humanos.

Tags: Câncertalidomida