Conheça o furão, um aliado da medicina

18/07/2016 10:55

Foto: Juan Barbosa / Agencia RBSOs modelos de estudo em animais, ainda são muito importantes para o avanço das ciências biológicas e biomédicas. De acordo com os estudos mais recentes, os furões são mais parecidos biologicamente e fisiologicamente com os seres humanos, do que o camundongo ou o rato.

Por isso, apesar de não terem a mesma aparência física, eles são muitas vezes utilizados como modelos para estudar doenças respiratórias, por exemplo, já que podem contrair as mesmas viroses que os seres humanos. Além disso, seus pulmões e vias respiratórias tem uma semelhança fisiológica impressionante com os pulmões humanos. Mas os furões também tem contribuído muito em diversas outras áreas da ciência como anatomia e desenvolvimento, cérebro e sistema nervoso, câncer, infecção e imunidade, psicologia e comportamento. 

Doenças da estação

Apesar de estarem sempre vestidos com um elegante e espesso casaco, os furões pegam gripe e são o melhor modelo animal para estudar esta doença. O vírus da gripe humana infecta naturalmente o furão, e esta infecção se assemelha muito à nossa, tanto do ponto de vista dos sinais clínicos, como da resposta imunológica e o desenvolvimento da doença em si. Furões ajudaram a compreender o mecanismo de transmissão do vírus, o processo de desenvolvimento das infecções, a maior susceptibilidade dos idosos em pegar a doença, e até ajudaram no desenvolvimento de vacinas!

Modelo feminino

Mais de 50% da população humana do mundo é composta por mulheres, ainda assim, por questões mais práticas do que científicas, os cientistas tem usado quase que exclusivamente ratos e camundongos machos nas suas pesquisas. É verdade que isto está começando a mudar e, de novo, os furões podem ajudar muito. Acontece que furões têm mais em comum com as mulheres do que com os homens.

O seu ciclo estral, ou ciclo sexual, é semelhante ao ciclo menstrual humano, e, por conseguinte, tornaram-se importantes na investigação da reprodução. Em particular, eles têm sido úteis na determinação dos fatores ambientais que influenciam a reprodução humana, a diferenciação sexual do cérebro e os fatores fisiológicos que controlam a puberdade e a ovulação.

Carlos Rogério Tonussi
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