Uvas ajudam a diminuir os efeitos ruins de uma dieta gordurosa

19/05/2016 23:36

Os polifenóis da uva ajudaram a diminuir algumas das consequências ruins para a saúde causada por uma dieta rica em gorduras saturadas, de acordo com dois estudos conduzidos na Universidade da Carolina do Norte, EUA, e publicado recentemente no Journal of Nutritional Biochemistry.

No primeiro estudo, os pesquisadores descobriram que o consumo de uma dieta rica em manteiga de nata (33% de pura energia de gordura), enriquecida com 3% de uvas por 11 semanas resultou em menor porcentagem de gordura corporal total e redução de depósitos de gordura subcutânea. Esta redução na gordura corporal aconteceu juntamente com mudanças benéficas nos micróbios intestinais e na saúde. Por exemplo, o aumento de algumas espécies de bactérias benéficas e a diminuição de outras menos desejáveis. Além disso, aumentou a diversidade microbiana, e melhorou a função da barreira de proteção intestinal.

Polifenóis são melhores

No segundo estudo, que durou 16 semanas, os pesquisadores usaram uma dieta ainda mais rica de gordura (44% de energia de gordura) com vários tipos de gordura saturada, incluindo banha de porco, sebo bovino e manteiga de nata, semelhantes a algumas dietas de tipo ocidental. Eles investigaram os efeitos da dieta rica em gordura, enriquecida com extratos quer da fração polifenólica de uvas ou a porção sem polifenóis, bem como a dieta rica em gordura acompanhada de 5% de uvas in natura.

Os resultados mostraram que a dieta rica em gordura combinada com polifenóis da uva reduziram a percentagem de gordura corporal, depósitos de gordura subcutânea e viscerais, marcadores de inflamação no fígado e nos depósitos de tecido adiposo, melhorando a tolerância à glicose e a função da barreira intestinal. Apesar de a dieta contendo 5% de uvas frescas não ter melhorado o perfil metabólico, neste segundo estudo, fez melhorar marcadores da saúde intestinal. Por exemplo, o aumento da diversidade microbiana e a redução das bactérias prejudiciais no trato intestinal.

País pesado

Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa revelando que quase metade da população brasileira está acima do peso. A obesidade está associada com inflamações que perturbam o metabolismo e podem levar à síndrome metabólica. Acredita-se que os micróbios do intestino tenham um papel no desenvolvimento da síndrome metabólica. Por exemplo, a obesidade está associada com a diminuição na diversidade microbiana e na funcionalidade da barreira intestinal.

A barreira intestinal evita que bactérias que vivem no intestino consigam chegar na corrente sanguínea.Esses dois estudos sugerem que as uvas, e os polifenóis de uva, podem ajudar a compensar uma série de efeitos adversos do consumo de uma dieta rica em gordura, além de melhorar a saúde intestinal.

Carlos Rogério Tonussi
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