Suplemento de Vitamina D reduz dor em mulheres com fibromialgia

24/01/2014 09:48

Vitamina D para Dor

Pacientes com síndrome de fibromialgia (FM) tipicamente tem dor crônica e fadiga generalizada. Para aquele com níveis baixos de vitamina D, suplementos dessa vitamina podem reduzir a dor e pode ser uma alternativa de tratamento de bom custo-benefício, dizem os pesquisadores na edição desta semana do jornal Pain.

Além da fadiga e da dor, pessoas diagnosticadas com FM podem experimentar problemas de sono, rigidez matinal, dificuldade de concentração e, ocasionalmente, sintomas mentais de moderados à severos, tais como ansiedade ou depressão. A condição pode ter um impacto significante na qualidade de vida dos pacientes, resultando em perda de emprego e/ou retirada da vida social. Não há cura, e nenhum tratamento resolverá todos os sintomas, mas alguns sintomas podem ser aliviados por fisioterapia, terapia cognitiva-comportamental, tratamentos temporários com drogas (tais como: amitriptilina, duloxetina ou pregabalina) e terapias multimodais.
Calcifediol (também conhecida como calcidiol, 25-hidroxicolecalciferol, ou 25-hidroxivitamina D) é um pré-hormônio produzido no fígado pela enzima colecalciferol (vitamina D3). O calcifediol é então convertido em calcitriol (1,25-(OH)2D3), que é a forma ativa da vitamina D. A concentração do calcifediol no sangue é considerado o melhor indicador do nível de vitamina D.

Os pesquisadores testaram a hipótese de que a suplementação de vitamina D poderia reduzir o grau de dor crônica experimentado pelos pacientes com FM com níveis baixos de calcifediol e também melhorar outros sintomas. “Baixos níveis sanguíneos de calcifediol são especialmente comuns em pacientes com dor severa e fibromialgia. Mas, embora o papel do calcifediol na percepção da dor crônica seja um assunto largamente discutido, nos falta evidências claras do papel da vitamina D nesses pacientes com fibromialgia,” explica o pesquisador líder Florian Wepner, do Departamento de Manejo de Dor Ortopédica e Coluna, Hospital Ortopédico, Speising, Viena, Austria. “Nós, portanto, procuramos determinar se um aumento no calcifediol nesses pacientes poderia aliviar a dor e propiciar uma melhora geral nos problemas concomitantes.”

Em um estudo randomizado e controlado, 30 mulheres com FM e baixos níveis de calcifediol sanguíneos (abaixo de 32ng/ml) foram distribuídas aleatoriamente entre o grupo que receberia o tratamento e um grupo controle, que não recebe tratamento. O objetivo do grupo tratado era atingir níveis sanguíneos de calcifediol entre 32 e 48 ng/ml, recebendo suplementação oral de colecalciferol durante 20 semanas.
Os níveis sanguíneos de calcifediol foram reavaliados na 5ª e 13ª semanas, e a dose foi revista baseada nos resultados dessas medidas.
Vinte e quatro horas após a suplementação ter sido terminada, uma redução marcante do nível de dor percebida ocorreu no grupo tratamento. Entre a primeira e a 25ª semana de suplementação, este grupo mostrou melhoras significantes em sua aptidão física, enquanto o grupo que não recebeu tratamento permaneceu inalterado. O grupo tratado também apresentou menos sinais de fadiga matinal, porém não houve diferenças nos sintomas de ansiedade e depressão.

“Nós acreditamos que os dados apresentados nesses estudo são promissores. A fibromialgia é um conjunto de sintomas muito complexos que não pode ser explicado apenas pela deficiências de vitamina D. Contudo, a suplementação de vitamina D pode ser vista como um tratamento relativamente seguro e econômico para estes pacientes,” diz Wepner. “Os níveis de vitamina D devem ser monitorados regularmente em pacientes com FM, especialmente no inverno, e suplementado quando necessário.”

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