Departamento de Farmacologia

Pessoas com dor têm um desejo muito simples. Elas querem que a dor desapareça, e elas querem isso já. Durante muitos anos, o paracetamol tem sido o medicamento para todos os tipos de condições de dor aguda e crônica nos EUA e na Europa. No Reino Unido, inclusive, é recomendado para dor nas costas e osteoartrite, seja sozinho ou em combinação com opioides (drogas que atuam no sistema nervoso para aliviar a dor).

O sistema de saúde primário na Inglaterra gastou 87 milhões de libras em paracetamol em 2015, muito disso para condições de dor crônica – e isso não inclui quantidades igualmente elevadas para combinações de dose fixa de paracetamol e opioides. No Brasil, ao menos, ele não está sozinho no mercado, disputando as dores com a dipirona. Mas existe forte campanha publicitária para incrementar suas vendas.
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Mãe rata

Testes em ratos encontraram que quando uma mãe recebeu paracetamol ou indometacina durante a gravidez, suas descendentes fêmeas tiveram menos óvulos, ovários menores e fetos menores do que aquelas mães que não foram expostas à droga.

Os filhotes machos também foram afetados ao nascimento — mostrando número menor de células que dão origem aos espermatozoides na vida adulta. Embora sua função reprodutiva recuperou-se aos níveis normais quando eles se tornaram adultos.

Esses achados são muito importantes devido às semelhanças entre os sistemas reprodutivos de ratos e humanos, contudo ainda é cedo para extrapolar diretamente esses resultados para mulheres grávidas. Por enquanto, o melhor é que as grávidas usem a menor dose possível desses analgésicos, e durante o menor tempo possível também.
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