Descoberta enzima responsável pela pressão arterial elevada devido à obesidade

07/05/2015 18:33

Descoberta enzima responsável pela pressão arterial elevada devido à obesidade Tom Wang/ShutterstockObesidade e hipertensão

A obesidade é um grave problema de saúde que afeta cerca de um terço da população adulta nos Estados Unidos. No Brasil, somando-se obesos e indivíduos com sobrepeso, a proporção é muito parecida.

Os indivíduos obesos têm mais chances de ter diabetes e hipertensão. Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade de Missouri (EUA) identificou que uma enzima envolvida com a hipertensão está também relacionada com a obesidade, descoberta essa que pode levar a novas opções de tratamento.

Na hipertensão os vasos sanguíneos arteriais são expostos a pressão arterial continuamente elevada, fazendo o coração trabalhar mais para bombear o sangue para o corpo. Isso pode levar a problemas graves de saúde, como ataques cardíacos, insuficiência renal, lesão de órgãos e vasos sanguíneos enfraquecidos ou rompidos.

Ao comparar ratos obesos de laboratório com ratos magros, esse estudo revelou que os animais obesos eram deficientes no aminoácido arginina devido à elevada atividade da enzima arginase, que quebra a arginina.
Gás relaxante

A arginase se encontra principalmente no fígado. No entanto, os pesquisadores encontraram um grande aumento da atividade da arginase dentro dos vasos sanguíneos e no sangue de ratos obesos em comparação aos animais magros. O problema é que a arginase esgota o estoque de arginina das artérias e sangue, que é necessário para gerar óxido nítrico.

O óxido nítrico é um gás formado a partir de arginina que relaxa os vasos sanguíneos e reduz a pressão arterial. A destruição de arginina pela arginase reduz os níveis de óxido nítrico, o que leva à constrição dos vasos sanguíneos e pressão arterial elevada. Usando dois métodos para corrigir a deficiência de arginina, primeiro a equipe suplementou a dieta dos animais obesos com o aminoácido L-arginina.

O segundo método envolveu o uso de drogas que bloqueiam a atividade da arginase. As abordagens foram capazes de restaurar a produção de óxido nítrico e rever a hipertensão nos ratos obesos.

Bloquear a arginase

A identificação do papel da arginase no desenvolvimento da hipertensão relacionada com a obesidade em ratos, pode beneficiar pacientes humanos obesos também.

A chave para reverter os efeitos da hipertensão relacionada com a obesidade será o de efetivamente bloquear a atividade da arginase. Este novo conhecimento ajudará na descoberta de opções de tratamento para pacientes obesos com pressão arterial elevada.

O estudo foi recentemente publicado na revista oficial da The Obesity Society.

 

Carlos Rogério Tonussi

 

Tags: coraçãodiabeteshipertensãoobesidade