Tratamentos para a dor crônica não cancerosa aumenta o risco de superdosagens fatais

Coquetel mata-dor
Dois novos estudos publicados recentemente no The Journal of Pain e no The Journal of General Internal Medicine alertam sobre os riscos enfrentados pelos pacientes que tomam esses coquetéis de medicamentos. Analisando dados de 200 mil pacientes que receberam pelo menos duas prescrições de opioides para dor não oncológica entre 2009 e 2012, os pesquisadores descobriram que uma dose equivalente a 100 mg do opioide morfina por dia aumenta muito o risco de overdose.Mesmo doses mais baixas do opioide são perigosas se o paciente receber o equivalente a 1,8 gramas de morfina, ao longo de seis meses, pois ele corre quase o mesmo risco de overdose de alguém que toma uma única dose muito alta. Além disso, o risco de overdose aumenta muito mais para pacientes que além de opioides estão tomando sedativos e antidepressivos em combinação – o tipo de coquetel que matou Ledger.
Tratamento não medicamentoso
Uma realidade preocupante é que pacientes de baixa renda correm mais riscos de intoxicação por drogas. Pois essas pessoas têm menos acesso a terapêuticas não medicamentosas.
Entre as ações que podem ajudar as pessoas a melhorar a funcionalidade e reduzir a dor estão o acompanhamento para perda de peso, alongamento, caminhada, exercícios, yoga e massagem. Porém, o acesso a estes serviços para população de baixa renda é muito pobre atualmente, enquanto o acesso a medicamentos tem sido bastante melhorado nos últimos anos. Ou seja, uma medicina apenas baseada em drogas, está criando outros problemas graves de saúde.