Medicamento contra malária inibe crescimento de tumores e metástases
A cloroquina é um medicamento bem conhecido e seguro no uso clínico e tem sido utilizada desde a Segunda Guerra Mundial para o tratamento da malária e certas doenças autoimunes, incluindo a artrite reumatoide. Mais recentemente, a cloroquina também tem sido usada como medicamento anticâncer.
A cloroquina bloqueia a autofagia nas células cancerosas. Nesse processo, a célula “come” suas organelas que foram danificadas pelo quimioterápico, substituindo por organelas novas. Assim, bloqueando a autofagia, as células cancerosas acabam sucumbindo sem conseguir substituir essas organelas.
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Um terço dos medicamentos de malária são falsos, sugere estudo
Dados compilados por pesquisadores dos Estados Unidos sugerem que um terço dos medicamentos usados no mundo para o tratamento da malária são falsificados.
Após examinar 1.500 amostras de sete medicamentos de sete países no sudeste da Ásia, os cientistas constataram que comprimidos de baixa qualidade ou falsos estão gerando resistência aos medicamentos e também o fracasso dos tratamentos.
Eles também examinaram dados coletados em 21 países da África sub-saariana, incluindo mais de 2.500 amostras de medicamentos, mostraram resultados parecidos.
Mas, os pesquisadores do Centro Internacional Fogarty, no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, acreditam que o problema pode ser ainda maior do que o que os dados sugerem.
“A maioria dos casos, provavelmente, é relatada para agências erradas ou mantida em segredo pelas companhias farmacêuticas”, afirmaram os pesquisadores, que alertam que nenhum grande estudo sobre a qualidade dos medicamentos chegou a ser realizado em países como a China e a Índia, países que sediam um terço da população mundial e são a fonte “provável” de muitos dos medicamentos falsificados e também dos medicamentos verdadeiros, segundo os pesquisadores.
O artigo foi publicado na revista especializada The Lancet Infectious Diseases.
Riscos de malária
O pesquisador que liderou o estudo, Gaurvika Nayyar, destacou que 3,3 bilhões de pessoas correm o risco de contrair malária, a doença que já foi classificada como endêmica em 106 países.
“Entre 655 mil e 1,2 milhão de pessoas morrem todos os anos devido à contaminação pelo Plasmodium falciparum (parasita causador da malária)”, disse.
“Grande parte desta mortalidade pode ser evitada se todos os remédios disponíveis para os pacientes fossem eficazes, de alta qualidade e usados corretamente.”
Os pesquisadores afirmaram que, em partes do mundo com predominância de malária, os medicamentos contra a doença são distribuídos em larga escala e receitados tanto de forma correta como incorreta.
O estudo também mostrou que as instalações para monitorar a qualidade dos medicamentos para malária são insuficientes e os consumidores e profissionais de saúde sabem pouco a respeito das terapias disponíveis.
Além disso, há poucas regras para fiscalizar a fabricação dos remédios e punição leve para os falsificadores.
Apesar de tudo isto, as taxas de mortalidade pela malária registraram uma queda de mais de 25% no mundo todo desde o ano 2000.
Mas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que manter as atuais taxas de progresso não será o bastante para alcançar as metas globais de controle da doença e pede por mais investimentos para o diagnóstico, tratamento e vigilância.