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Doenças pulmonares e medicamentos
Pessoas portadoras de algumas doenças respiratórias como a asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e bronquite, por exemplo, precisam tomar muito cuidado com o uso ocasional de alguns medicamentos. Por exemplo, o propranolol é um medicamento dos mais utilizados para o controle da hipertensão porque diminui os batimentos do coração, mas também tem efeito contra os sintomas da ansiedade aguda e, por causa disso, muita gente o utiliza quando tem de enfrentar alguma situação estressante como testes de habilitação para dirigir, entrevistas de trabalho, apresentação em público, exames escolares, etc. Este tipo de uso, costuma ser induzido por conhecidos que nada sabem sobre as consequências perigosas desse medicamento, se você tem doenças pulmonares.
Perigo de asfixia
O propranolol facilita a contração das vias respiratórias causada pela inflamação nos pulmões, pois impede a ação dilatadora que a adrenalina tem neste local, isto pode levar a uma crise respiratória grave. A pessoa não consegue respirar e pode morrer por asfixia. Os antigripais que contém aspirina, são outro exemplo importante. A aspirina impede a produção de uma substância chamada prostaglandina, que é dilatadora dessas passagens de ar dentro dos pulmões. Logo, também facilita a ocorrência de crises respiratórias no caso de inflamação pulmonar.
Paracetamol e asma
O risco de crise respiratória em pessoas que já tem asma também existe com o uso de outros tipos de anti-inflamatórios como o diclofenac, piroxicam, ibuprofeno, etc. Porém, estudos recentes sugerem que o uso do paracetamol em crianças pode ser responsável pelo surgimento de novos casos de asma.

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Relógio interno
Estar acordado ou dormindo depende de um relógio interno que temos em nosso cérebro. Esse relógio pode ser adiantado ou atrasado, pode meio do uso de drogas, mas todo mundo sabe que ele não pode ser enganado. Esse importante relógio interno funciona por meio de substâncias químicas como a histamina, acetilcolina e a noradrenalina. O problema aqui é que estas substâncias também vão ser usadas em outras partes do nosso corpo, controlando outras funções como resposta alérgica, pressão arterial, o humor e a memória, por exemplo.
O efeito sedativo
É importante saber que vários medicamentos que usamos corriqueiramente podem causar muito sono. Os antialérgicos impedem a histamina de agir no organismo, isso é bom para prevenir as crises alérgicas como espirros, nariz escorrendo e entupido, coceiras e até crise de asma. Mas vários deles vão atrapalhar o efeito da histamina no cérebro, causando sono e relaxamento muscular (efeito sedativo). Isso também pode acontecer quando o remédio atrapalha mais de uma substância no cérebro. Os antialérgicos mais antigos além de inibir a histamina, também inibem a acetilcolina. Alguns antidepressivos podem dar sono pelo mesmo motivo, inibindo a acetilcolina. Vários remédios para pressão alta causam sono porque penetram no cérebro e inibem a noradrenalina de lá.
Se tomar um sedativo não dirija
Esse efeito sedativo pode ser bom se queremos dormir, mas pode ser muito perigoso se temos que dirigir ou se estivermos bebendo, pois vai se somar ao efeito sedativo do álcool, e isso pode levar ao coma.

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Remédio de cobra?
Sempre pensamos nas plantas como grande fornecedoras de medicamentos, isso é verdade, mas os animais também podem ser. Muitas pessoas que sofrem de pressão alta, p.ex., devem muito a uma serpente brasileira – a jararaca (Bothrops jararaca). O desenvolvimento médico devem muito aos animais, pois sem a ajuda deles não teríamos a maioria dos avanços que temos hoje nas áreas de medicamentos, cirurgias, próteses e diagnósticos. E ainda vamos precisar por muito tempo. Mas hoje vamos falar como uma serpente nos deu um importante medicamento.
Cientista brasileiro
Nos anos 1960, um jovem médico brasileiro chamado Sérgio Henrique Ferreira, trabalhando com um pesquisador muito importante na época o Dr. Maurício Rocha e Silva, descobriu que havia uma proteína no veneno da jararaca que era capaz de relaxar os vasos sanguíneos, por inibir a produção de uma substância em nosso organismo (a angiotensina II), que faz subir a pressão. Essas pesquisas acabaram interessando uma indústria farmacêutica inglesa, que fabricou uma substância semelhante a essa proteína, mas que poderia ser tomada por via oral sem ser destruída no estômago. Assim nasceu o captopril, hoje um dos medicamentos mais receitados para o tratamento da pressão alta.
O que não mata…trata!
Hoje em dia, muitas toxinas e venenos de serpentes, aranhas e até organismos marinhos estão sendo estudados para o desenvolvimento de novos medicamentos. Uma outra contribuição brasileira será um analgésico potente extraído do veneno da cascavel (Crotalus durissus), que vem sendo pesquisado no Instituto Butantan, em São Paulo.
