Substância promete proteger o sistema imunológico e a fertilidade durante a quimioterapia do câncer

17/12/2015 17:52

Efeitos Colaterais

 

Hoje em dia temos tratamentos muito mais seletivos para o câncer, que reduziram muito os efeitos colaterais, além de melhorar a eficácia de cura. Porém, para muitos tipos de câncer, ainda se depende da velha quimioterapia.

Infelizmente, ela é muito tóxica e ocasiona, por isso mesmo, muitos efeitos colaterais desagradáveis. Entre os quais encontramos a infertilidade e o enfraquecimento do sistema imunológico, que torna os pacientes mais propensos a contrair infecções graves. Mas um estudo recentemente publicado pela revista Endocrinology Today traz a esperança para pacientes com câncer submetidos à quimioterapia, tanto de evitar esses dois efeitos colaterais graves, como ainda de ser capaz de parar o crescimento do doença.

Humanina

A humanina é uma proteína normalmente produzida pelas células como proteção contra os efeitos danosos da inflamação. O que os pesquisadores fizeram foi sintetizar uma proteína parecida com ela, porém mais potente, aplicando-a nos animais como se fosse um remédio.

Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, EUA, descobriram que essa proteína sintética, batizada de HNG, protege as células germinativas masculinas, que são essenciais para a fertilidade, e as células brancas do sangue, que são os soldados no sistema de defesa do corpo. O HNG foi testado em animais com câncer, submetidos a quimioterapia.

E os resultados sugerem que poderá proteger os pacientes da infertilidade e o enfraquecimento do sistema de defesa contra infecções, ao mesmo tempo que aumenta a eficácia da quimioterapia. O HNG também reduziu a disseminação de células cancerosas para outros órgãos do corpo.

Qualidade de vida

Recentes avanços na compreensão da biologia do câncer e o uso de vários tipos de tratamentos levaram a um número maior de pacientes que sobreviveram à doença. Mas, para melhorar a qualidade de vida desses sobreviventes, os pesquisadores agora estão muito interessados em proteger as células saudáveis dos efeitos tóxicos da quimioterapia. Sem, contudo, perturbar a eficácia do tratamento em reduzir ou eliminar as células cancerosas.

Com base nesses resultados, os pesquisadores acreditam também que o HNG poderia proteger outras células vitais, incluindo as do coração e do cérebro, que podem ser danificadas durante a quimioterapia.

Carlos Rogério Tonussi

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