Técnica poderá popularizar tratamento que cura o diabetes tipo 1

24/09/2015 16:26

Diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1 afeta cerca de 1,3 milhão de brasileiros e a incidência da doença aumenta a cada ano. Este tipo de diabetes resulta da destruição das células produtoras de insulina no pâncreas (as ilhotas pancreáticas) pelo próprio sistema imunológico do indivíduo.

Pessoas com diabetes tipo 1 sofrem com uma rotina diária de injeções e espetadas no dedo, para evitar aos perigosos altos e baixos do açúcar no sangue. O tipo mais comum de diabetes, no entanto, é o tipo 2, que afeta cerca de 12 milhões de brasileiros. Neste, não há falta de insulina, como no tipo 1.

O diabete tipo 2 está associado com a obesidade ou estilo de vida e seu tratamento é feito por meio da ingestão de medicamentos hipoglicemiantes.

Terapia de transplante de ilhotas

O transplante de ilhotas do pâncreas de doadores falecidos é um procedimento eficaz, bem estabelecido e bem documentado. As ilhotas são isoladas e injetadas diretamente na veia de entrada do fígado do paciente. Se o procedimento for bem sucedido, as ilhotas transplantadas começam a produzir insulina em resposta ao aumento do açúcar no sangue do paciente. Dispensando as incômodas injeções.

A terapia de transplante de ilhotas pode libertar os indivíduos da necessidade de receberem injeções de insulina, e como tal pode ser considerado uma cura. No entanto, para a maioria dos diabéticos tipo 1, incluindo as crianças, será necessário tomar medicação imunossupressora pelo resto da vida após o transplante, o que causa muitos efeitos colaterais.

Os imunossupressores são necessários para que o corpo do paciente não rejeite o transplante, porém o deixa desprotegido contra outras infecções.

Alcançar tolerância imunológica

É necessário conseguir que o transplante não desperte a fúria do sistema imunológico do paciente. Isto permitiria a esses pacientes dispensarem as drogas imunossupressoras. Para isso, um grupo de cientistas australianos desenvolveram uma técnica de reprogramação genética das ilhotas, antes de serem introduzidas do paciente.

Com essa reprogramação, as ilhotas aprendem a produzir seu próprio imunossupressor, passando-se assim despercebidas pela vigilância imunológica do organismo. Esta técnica poderá tornar o transplante de ilhotas um procedimento corriqueiro dentro de poucos anos.

Carlos Rogério Tonussi

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