Brasil poderá ser o país mais obeso do mundo em 15 anos

03/09/2015 15:02

Futuro pesado

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde sobre a obesidade infantil no Brasil e a alimentação das crianças trouxe dados alarmantes.

Cerca de 32,3% das crianças menores de 2 anos consomem diariamente refrigerantes e suco de caixinha e que 60,2% delas comem bolachas recheadas, biscoitos e bolos prontos.

Mas a realidade pode ser ainda pior do que essa pesquisa mostra, e o Brasil pode se tornar o país mais obeso do mundo em 15 anos.

Aparentemente o governo e as escolas fecham os olhos para a propaganda que bombardeia essas crianças incentivando o consumo de alimentos hipercalóricos. A pressão da mídia, junto com a falta de informação e educação alimentar das pessoas, colocam nossas crianças em uma situação perigosa.

Energia barata

O pai e a mãe acham que estão dando algo saudável para as crianças, mas são produtos que tem muitíssimo açúcar. É preciso lembrar que os alimentos mais baratos são os que mais engordam, como sucos de caixinha, iogurtes e leites fermentados.

A medida que as pessoas melhoram sua renda e conseguem superar a falta de alimentos, passam a consumir os produtos industrializados mais baratos. Sair do supermercado com saquinho de batata frita, salgadinhos, biscoitos e chocolates é mais barato do comprar frutas e verduras. A população de baixa renda também costuma ter menos tempo e infraestrutura para praticar atividade física.

O impacto na saúde da criança é bem conhecido. A obesidade traz problemas graves como pressão arterial alta, problemas no joelho, coluna e tornozelo, além de asma e diabetes.

 

Obesidade no Brasil

A pesquisa do Ministério da Saúde também revela que quase metade da população brasileira está acima do peso. Segundo o estudo, 42,7% da população estava acima do peso no ano de 2006. Em 2011, esse número passou para 48,5%. O levantamento é da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), e os dados foram coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. (Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)

Carlos Rogério Tonussi