Antibióticos baratos com ação antitumoral podem ser nova arma contra o câncer

19/03/2015 15:13

 17193098As células-tronco têm sido muito associadas com a cura milagrosa de muitos tipos de doenças, porém também estão ligadas com o crescimento e recorrência de todos os tipos de cânceres, além de contribuírem para tornar muitos tumores resistentes aos quimioterápicos.
Um novo estudo, publicado na revista Oncotarget, abre a possibilidade de um tratamento altamente eficaz para o câncer, dando novo uso para os velhos antibióticos. Os pesquisadores testaram cinco tipos de antibióticos, incluindo a doxiciclina usada para tratar a acne, em oito tipos de linhagens de células tronco cancerosas.

Eles descobriram que quatro deles erradicaram as células-tronco cancerosas, inclusive o glioblastoma, o mais agressivo dos tumores cerebrais, bem como do pulmão, próstata, ovário, mama, pâncreas e câncer de pele.

Cortando a energia

Os resultados sugerem que os efeitos terapêuticos desses antibióticos não têm nada a ver com seu poder de matar bactérias que causam infecções. Na verdade, eles têm um efeito secundário sobre a função das mitocôndrias. As mitocôndrias são a fonte de energia das células do corpo e, também, para as células tronco que sofreram mutação e se tornaram cancerosas.

No laboratório, os antibióticos não tiveram efeito prejudicial sobre as células normais, e uma vez que já são aprovados para uso em seres humanos, iniciar novos estudo clínicos para este tipo de tratamento será muito mais simples do que se fosse com novas drogas — economizando tempo e dinheiro.

Mais em conta

Antibióticos estão prontamente disponíveis e, se essa ligação entre o seu uso e a erradicação de células-tronco cancerosas puder ser provado em pacientes, este trabalho será o primeiro passo em um novo caminho no tratamento do câncer. Como esses medicamentos são consideravelmente mais baratos do que as terapias atuais, eles podem melhorar o tratamento do câncer principalmente em países em desenvolvimento, onde o número de mortes pela doença deverá aumentar significativamente ao longo dos próximos 10 anos.

 

Carlos Rogério Tonussi

 

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