Cientistas descobrem medicamentos que reduzem o envelhecimento, pelo menos em camundongos

12/03/2015 23:53

17274945Uma nova classe de drogas identificadas e validadas por pesquisadores da Clínica Mayo (EUA) claramente reduziu os problemas de saúde relacionados com o avanço da idade em camundongos, pela limitação dos efeitos de células senescentes (idosas). Os pesquisadores dizem que esse é o primeiro passo em direção ao desenvolvimento de tratamentos para os problemas associados ao envelhecimento também de humanos. Esses achados foram publicados essa semana no jornal científico Aging Cell.
Se for possível transferir esse conhecimento para humanos — o que faz sentido porque foram usadas células humanas na maioria dos testes desse estudo — esse tipo de terapia poderia manter os efeitos da idade estacionados e prolongar significativamente o tempo saudável dos pacientes, afirmam os pesquisadores.

Apagando as velinhas

As drogas — chamadas senolíticas — matam seletivamente as células senescentes (idosas) sem danificar as células vizinhas novas do tecido, reduzindo assim problemas no coração, vasos, fraqueza muscular, osteoporose e problemas neurológicos. As células senescentes são células que aparecem com a idade e nos órgão afetados pelas muitas doenças relacionadas com a idade, piorando seus efeitos.

Em muitos casos, as drogas causaram redução visível de muitos desses problemas após uma única dose — e manteve a proteção por até sete meses. Os pesquisadores dizem que esse efeito de longa duração coincide com o sumiço, também prolongado, das células idosas nesses tecidos.

As duas drogas — o dasatinib e a quercetina — foram as que tiveram maior sucesso, entre 46 testadas, na limpeza das células senescentes e quando combinadas foram ainda mais potentes em reverter os sinais de envelhecimento nos camundongos.

Esperança é a última a morrer

Ainda é muito cedo para predizer a relevância clínica, mas esse trabalho demonstrou um novo caminho para tratar as doenças que afetam os idosos. Por isso é muito importante a busca por novos compostos senolíticos e testá-los em camundongos normais e outros modelos animais.

Estudos clínicos estão sendo planejados, porém ainda não existe previsão de quando essas drogas poderão ser usadas em humanos. Ao menos a quercetina pode ser encontrada abundantemente em vários alimentos como a maçã, a cebola, brócolis e vinho tinto, por exemplo. Já o dasatinib é usado na clínica como medicamento anticancerígeno, contudo, ele precisará ainda passar por testes em humanos para um dia ser aprovado como terapia antienvelhecimento.

Carlos Rogério Tonussi
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