Testes com ratos provam que o consumo crônico de melatonina combate a obesidade e o diabetes

09/10/2014 08:03

A melatoninaRato obeso com diabetes mellitus tipo dois Foto: The Jackson Laboratory / Divulgação é uma substância natural presente em plantas, animais e seres humanos, que funciona como um sinal hormonal liberado durante a noite para estabelecer os ritmos circadianos. Hoje em dia este processo é frequentemente interrompido, como resultado da exposição excessiva à luz artificial durante a noite, o que reduz os níveis de melatonina endógena — por exemplo, muitas pessoas têm o hábito de dormir com lâmpadas, televisores ou os seus computadores ligados, ou mesmo com as cortinas recolhidas. Sempre existe uma fonte de luz artificial, porém é importante tentar dormir em escuridão absoluta, para evitar interferência na geração desse hormônio.

Doenças do progresso

Tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento observa-se atualmente o aumento nas taxas de obesidade e também no diabetes tipo dois. Este aumento resulta da má adaptação do genoma humano aos ambientes modernos, ao sedentarismo, ao consumo de alimentos hipercalóricos e a exposição excessiva à luz artificial, que reduzem os níveis de melatonina endógena.

Na obesidade, as mitocôndrias (usinas de nossas células) não funcionam direito e, por isso, elas são descartadas mais rapidamente das células (apoptose). Isso acaba levando ao desenvolvimento de resistência à insulina e aparece o diabetes mellitus.

Um estudo recente publicado no Journal of Pineal Research confirmou que a administração crônica de melatonina em ratos obesos jovens com diabetes mellitus tipo dois, semelhante à doença humana, melhora a função mitocondrial, ou seja, a capacidade das células de produzir energia. Assim, a melatonina melhora o consumo de oxigênio, diminui a resistência à insulina, diminui a produção dos perigosos radicais livres e impede a destruição da membrana mitocondrial.

Farmácia natural

A melatonina é um poderoso antioxidante e anti-inflamatório: essas propriedades constituem a base do seu efeito protetor sobre o organismo. A melatonina é particularmente abundante em vegetais, tais como especiarias, ervas, chá, café, frutas, sementes e nozes.

Esta é uma das principais razões pelas quais esses tipos de alimentos são particularmente saudáveis. Tratamentos mais modernos com ação específica sobre o tecido adiposo, e em particular sobre a eficiência das mitocôndrias, poderão ter melhores resultados contra a obesidade e o diabetes.

 

Carlos Rogério Tonussi

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