Um velho medicamento poderá ser nova arma contra o Mal de Alzheimer

29/05/2014 23:53

Uma epidemia

Estima-se que o Mal de Alzheimer afete 1 milhão e 200 mil pessoas no Brasil e cerca de 35,6 milhões em todo o mundo. Em razão do envelhecimento da população global, esses números aumentarão significativamente — em 2030 serão 65,7 milhões, e em 2050, 115,4 milhões de portadores, sendo dois terços deles em países em desenvolvimento. Acredita-se que a causa da doença é uma proteína chamada beta-amiloide, que é produzida normalmente pelo cérebro, que aparece em maior quantidade nos pacientes com Mal de Alzheimer, se aglutinando, formando placas e causando inflamação.

Antidepressivo protetor

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA) descobriram que um conhecido antidepressivo, o citalopram, impediu o acúmulo da beta amiloide. Primeiro, em camundongos que produzem excessivamente essa proteína o citalopram diminuiu em até 25% a formação das placas. Depois, em voluntários saudáveis, reduziu em 38% a concentração do proteína amiloide no líquido cerebrospinal. Acredita-se que tratamentos seguros que consigam reduzir a produção de amiloide no cérebro possam prevenir os danos aos neurônios e a demência associados ao Alzheimer.

Lucidez no fim do túnel

Esse efeito do citalopram é um excelente ponto de partida para um tratamento eficaz. No entanto, muito precisa ser pesquisado para se entender esse novo uso do medicamento, principalmente nos idosos. Por isso ainda é cedo para se assumir os riscos de utilizá-lo sem ter a exata noção do custo-benefício.

Carlos Rogério Tonussi

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