Estudo em animais mostra benefícios da terapia genética para tratar traumatismo de medula espinhal

10/04/2014 09:06

Queda na ligação

A medula da coluna espinhal é o principal canal de comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. A maioria das lesões de coluna causam danos aos axônios, que são longas fibras que conduzem impulsos elétricos. Um tecido cicatricial fibroso impede que os nervos danificados cresçam novamente. Pesquisadores do King’s College de Londres descobriram que a enzima condroitinase ABC (ConABC) digere as proteínas formadoras da cicatriz e promove o crescimento das fibras nervosas lesadas. Contudo, a ConABC se degrada rapidamente e para manter seu efeito seriam preciso repetidas e incômodas injeções na medula espinhal.

Reprogramando

Os cientistas apostaram na terapia genética como uma forma de “ensinar” as células da medula espinhal a produzirem sua própria enzima. Uma única injeção de genes para ConABC entre as células da medula espinhal de ratos, após uma lesão traumática, promoveu a sobrevivência destas células e melhorou a função motora dos animais em 12 semanas. As células da medula passaram a produzir e secretar mais ConABC.

Efeito anti-inflamatório

A terapia genética também causou efeito anti-inflamatório local. Diminuiu o número de células inflamatórias e aumentou o de macrófagos M2, que ajudam a reduzir a inflamação e aumentar o reparo tecidual. Este estudo ajudará a dimensionar o tratamento para a escala humana em uma futura aplicação clínica dessa técnica. Publicado em abril no The Journal of Neuroscience.

 

Carlos Rogério Tonussi

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