O angioedema hereditário e a redescoberta de um fármaco

14/06/2012 16:42

[FAC-SÍMILE DO ORIGINAL]

Angioedema hereditário

O angioedema hereditário (AEH) é uma reação vascular que causa o inchaço grosseiro e repentino de certas áreas do corpo como lábios, pálpebras, garganta, etc. A pessoa pode ficar sem conseguir abrir os olhos, ou com muita dificuldade para respirar, necessitando de tratamento rápido. Pode, também, acometer órgãos internos, causando dor abdominal intensa e até obstrução no transito intestinal. A reação começa sem que a pessoa possa prever ou saber por quê. Até agora, essa doença era difícil de controlar porquê os antialérgicos e corticoides não funcionam com ela como funcionam para o angioedema alérgico.

Redescobrindo uma droga

Os cientistas que estudam o AEH, descobriram que uma substância estava sendo produzida em grande quantidade nessas pessoas – a bradicinina. Essa substância é uma velha conhecida de outros cientistas que estudam o processo inflamatório, que tentaram, inclusive, desenvolver um novo anti-inflamatório antagonista dessa substância, chamado icatibant. Porém, ele fracassou clinicamente, e ficou esquecido por muitos anos, até que alguém percebesse que esta droga poderia ser útil no AEH. Bingo! Acertaram em cheio. Hoje os portadores de AEH contam com um remédio salvador para essas crises perigosas.

Fracasso que vira sucesso

A pesquisa farmacológica pode resultar em medicamentos fracassados para uma doença, porém com o estudo em outras áreas, estas mesmas drogas podem se tornar muito úteis. Outro exemplo é a talidomida, uma droga que foi proibida por causar deformações em fetos, hoje voltou a ser utilizada com sucesso em alguns tipos de câncer e até na artrite reumatoide.