Um novo caminho para se achar drogas que combatam infecções bacterianas

31/07/2014 21:27

carrapatoTesouro inexplorado

Cerca de 100 drogas já aprovadas para outros fins podem também prevenir o crescimento de bactérias patogênicas intracelulares. Estas são bactérias que precisam das funções celulares para completar seu ciclo de vida.

Um novo estudo testou 640 drogas buscando por aquelas que interfeririam com essas funções celulares. Estas incluem desde um antidiarreico como a loperamida, ou um antialérgico como a clemastina, como medicamentos utilizados para tratar a pressão alta e angina.

Contudo, esse potencial anti-infeccioso foi testado em placas de cultura e por isso não se sabe se elas seriam capazes de tratar infecções em pessoas.

Quarteto fantasmagórico

O estudo avaliou a habilidade de cada droga em interromper o crescimento de quatro cepas bacterianas: Coxiella burnetii (que causa a febre Q, considerada a doença mais infecciosa do mundo), Legionella pneumophila (doença dos legionários), Brucella abortus (brucelose), e a Rickettsia conorii (febre maculosa do carrapato).

Embora nenhum desses organismos sejam causadores de grandes epidemias na atualidade, devido à resistência aos antibióticos a brucelose e a febre Q podem causar doenças crônicas e até fatais em cerca de 5% dos pacientes infectados.

Das 640 candidatas, 101 mostraram capacidade de reduzir em 80% ou mais, o crescimento bacteriano dentro de uma célula hospedeira humana.

Reação rápida

Existem novas infecções de todo o tipo aparecendo. Desenvolver novas terapias a partir do zero para essas coisas, levam muito tempo. Assim, se já tivermos drogas disponíveis que tenham a capacidade de interferir com estas infecções, a medicina poderá contra-atacar mais rapidamente no caso de emergências.

 

Carlos Rogério Tonussi

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