Antidepressivo poderá ser usado para tratamento de Mal de Parkinson e Alzheimer, segundo pesquisa

20/06/2014 09:42

Depressão refratária

Um antigo anestésico chamado cetamina tem sido usado com sucesso em casos graves de depressão em que o paciente tem alto risco de suicídio. Agora pesquisadores descobriram que um composto derivado deste medicamento, a hidroxinorcetamina (HNK), pode tratar os sintomas da depressão de maneira rápida e eficiente, porém sem os efeitos colaterais da cetamina. O uso da cetamina é dificultado por ter de ser administrada por via endovenosa e por produzir efeitos colaterais como alucinações e forte sedação.

Animais animados

No estudo, ratos receberam doses de cetamina e de HNK por via endovenosa. O efeito que cada droga teve em estimular o tecido cerebral dos ratos foi comparado com animais que não receberam as substâncias. Descobriu-se que o HNK, assim como a cetamina, produziu efeito antidepressivo potente e rápido. Mas o HNK estimulou a regeneração de células cerebrais, iniciando o crescimento de neurônios nos ratos. O HNK também parece ter muitas outras vantagens sobre a cetamina, pois é 1000 vezes mais potente, não age como agente anestésico e pode ser tomado por via oral.

Esperança renovada

O HNK também reduziu a produção de D-serina, um aminoácido encontrado no organismo, cuja superprodução está associada com doenças neurodegenerativas crônicas como o Mal de Alzheimer e o Mal de Parkinson. A capacidade do HNK em reduzir a produção de D-serina, enquanto estimula a regeneração das conexões de neurônios no cérebro, pode representar uma nova esperança terapêutica para o tratamento destas doenças. Essa pesquisa aparece na edição de julho do jornal Anesthesiology.

 

Carlos Rogério Tonussi

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